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HOMENAGEM AO DIA DO PASTOR
Ser pastor é muito
mais que ser um pregador. Está além de ser um administrador de igreja.
Muito além de professor ou conferencista. Ser pastor é algo da alma, não
apenas do intelecto.
Ser pastor é
sentir paixão pelas almas. É desejar a salvação de alguém de forma tão
intensa, que nos leve à atitude solidária de repartir as boas-novas com
ele. É chorar pelos que se mantém rebeldes. É pensar no marido desta
irmã, no filho daquela outra, na esposa do obreiro, nos vizinhos da
igreja, nos garotos da rua. Ser pastor é tudo fazer para conseguir
ganhar alguns para Cristo.
Ser pastor é
festejar a festa da igreja. É alegrar-se com a alegria daquele que
conquista um novo emprego, daquele que gradua-se na faculdade, daquele
que recebe a escritura da casa própria ou do outro que recebeu alta no
hospital. Ser pastor é ter o brilho de alegria ao ver a felicidade de um
casal apaixonado, ao ver o sucesso na vida cristã de um jovem
consagrado, é festejar a conversão de um familiar de alguém da igreja
por quem há tempos se vinha orando. Ser pastor é desejar o bem sem
cobiçar para si absolutamente nada, a não ser a felicidade de participar
dessa hora feliz.
Mas ser pastor
também é chorar. Chorar pela ingratidão dos homens. Chorar porque muitas
vezes aqueles a quem tanto se ajudou são os primeiros a
perseguirem-nos, a esfaquearem-nos pelas costas, a criticarem-nos, a
levantarem falso testemunho contra a igreja e contra nós. É chorar com
os que choram, unindo-nos ao enlutado que perdeu um ente querido, é dar o
ombro para o entristecido pela perda de um amor, é ser a companhia do
solitário, é ouvir a mesma história uma porção de vezes por parte do
carente. Chorar com a família necessitada, com o pai de um drogado, com a
mãe da prostituta, com a família do traficante, com o irmão desprezado.
Ser pastor é não
ter outro interesse senão o pregar a Cristo. É não se envolver nos
negócios deste mundo, buscando riquezas, fama e posição. É saber dizer
não quando o coração disser sim. É não ir à casa dos ricos em detrimento
dos pobres. É não dar atenção demasiada para uns, esquecendo-se dos
outros. É não ficar do lado dos jovens, em detrimento dos adultos e
vice-versa. Ser pastor é não envolver-se em demasia com as pessoas, ao
ponto de se perder a linha divisória do amor e do respeito, do carinho e
da disciplina. Ser pastor é não aceitar subornos nem tampouco desprezar
os não expressivos.
Ser pastor é ser
pai. É disciplinar com carinho e amor, conquanto com a firmeza da vara,
da correção e, não raras vezes, da exclusão de pessoas queridas. É
obedecer a Bíblia, não aos homens. É seguir a Deus, não ao coração. Ser
pastor é ser justo. Ser pastor é saber dizer não, quando a emoção manda
dizer sim. Ser pastor é ter a consciência de não ser sempre popular,
principalmente quando tiver que tomar decisões pesadas e difíceis, e
saber também ser humilde quando a bênção de Deus o enaltecer diante do
rebanho e diante do mundo. Os erros são nossos, mas a glória é de Deus.
Ser pastor é
levantar-se quando todos estão dormindo e dormir quando todos estão
acordados, socorrendo ao necessitado no horário da necessidade. Ser
pastor é não medir esforços pela paz. É pacificar pais e filhos, maridos
e esposas, sogros e genros, irmãos e irmãs. Ser pastor é sofrer o dano,
o dolo, a injustiça, confiando nAquele que é o galardoador dos que o
buscam. Ser pastor é dar a camisa quando lhe pedem a blusa, andar duas
milhas quando o obrigam a uma, dar a outra face quando esbofeteado.
Ser pastor é estar
pronto para a solidão. É manter-se no Santo dos Santos de joelhos
prostrados, obtendo a solução para os problemas insolúveis. Ser pastor é
não fazer da esposa um saco de pancadas, onde descontar sua fragilidade
e cansaço. Ser pastor é ser sacerdote, mantendo sigilo no coração,
mantendo em segredo o que precisa continuar sendo segredo, e repartindo
com as pessoas certas aquilo que é "repartível". Ser pastor é muitas
vezes não ser convidado para uma festa, não ser informado de uma notícia
ou ser deixado de fora de um evento, e ainda assim manter a postura, a
educação, o polimento e a compaixão. Ser pastor é ser profeta, tornar o
seu púlpito um "assim diz o Senhor", uma tocha flamejante, um facho de
luz, uma espada de dois gumes, afiada e afogueada, proclamando aos
quatro ventos a salvação e a santificação do povo de Deus.
Ser pastor é ser
marido e ser pai. É fazer de seu ministério motivo de louvor dentro e
fora de casa. É não causar à esposa a sensação de que a igreja é uma
amante, uma concorrente, que lhe tira todo o tempo de vida conjugal. Ser
pastor é amar aos seus filhos da mesma forma que ensina aos pais
cristãos amarem aos seus. É olhar para os olhos de seus filhos e ver o
brilho de seus próprios olhos. É preocupar-se menos com o que os outros
vão pensar e mais no que os filhos vão aprender, sentir e receber. É ver
cada filho crescer, dando a cada um a atenção e o amor necessários. É
orgulhar-se de ser pai, alegrar-se por ser esposo, servir de modelo para
o povo. E, quando solteiro, tornar a sua castidade e dignidade modelo
dos fiéis, enaltecendo ao Senhor, razão de sua vida.
Ser pastor é pedir perdão. Se os pastores fossem super-homens, Deus daria a tarefa pastoral aos anjos, mas preferiu fazer de pecadores convertidos os líderes de rebanho, pois, sendo humanos, poderiam mostrar aos demais que é possível ser uma bênção. Mas, quando pecarem, saberem pedir perdão. A humildade é uma chave que abre todas as portas, até as portas emperradas dos corações decepcionados. A humildade pode levar o pastor à exoneração, como prova de nobreza e integridade, como pode fazê-lo retomar seus trabalhos com maior pujança e vigor. Há pecados que põem fim a um ministério e ser pastor é saber quando o tempo acabou. Recomeçar é possível, mas nem sempre. Ser pastor é saber discernir entre ficar ou sair, entre continuar pastor e recolher-se respeitosamente.
Ser pastor é crer
quando todos descrêem. Saber esperar com confiança, saber transmitir
otimismo e força de vontade. É fazer de seu púlpito um farol gigantesco,
sob cuja luz o povo caminha sempre em frente, para cima e em direção a
Deus. Ser pastor é ver o lado bom da questão, é vislumbrar uma saída
quando todos imaginarem que é o fim do túnel. Ser pastor é contagiar, e
não contaminar. Ser pastor é inovar, é renovar, é oferecer-se como
sacrifício em prol da vontade de Deus. Ser pastor é fazer o povo
caminhar mais feliz, mais contente, é fazer a comunidade acreditar que o
impossível é possível, é fazer o triste ser feliz, o cansado tornar-se
revigorado, o desesperado ficar confiante e o perdido salvar-se. As
guerras não são ganhas com armas, mas com palavras, e as do pastor são
as palavras de Deus, portanto, invencíveis.
Ser pastor é saber
envelhecer com dignidade, sem perder a jovialidade. É ser amigo dos
jovens e companheiro dos adultos. Ser pastor é saber contar cada dia do
ministério como uma pérola na coroa de sua história. Ser pastor é ser
companhia desejada, querida, esperada. É saber calar-se quando o
silêncio for a frase mais contundente, e falar quando todos estiverem
quietos. Ser pastor é saber viver. Ser pastor é saber morrer.
E quando morrer,
deixar em sua lápide dizeres indeléveis, que expressem na mente de suas
ovelhas o que Paulo quis dizer, quando estava para partir: "combati o
bom combate, terminei a carreira, guardei a fé". Ser pastor é falar
mesmo depois de morto, como o justo Abel e o seu sangue, através de sua
história, de seu exemplo, de seus escritos, de suas gravações. Ser
pastor é deixar uma picada na floresta, para que outros venham habitar
nas planícies conquistadas para o Reino do Senhor. Ser pastor é fazer
com que os filhos e os filhos dos filhos tenham um legado, talvez não de
propriedades, dinheiro ou poder político, mas o legado do grande
patriarca da família, daquele que viveu e ensinou o que é ser um pastor.
Eu sou pastor.
Obrigado, Senhor!
Fonte: Pr. Wagner Antonio de Araújo
A paz do Senhor, estou seguindo o seu blog, muito legal. Siga o meu também.
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